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MAMA/Crítica – assustadora história de amor

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Oriundo de um curta-metragem, Mama, thriller de terror dirigido por Andrés Muschietti segue a concepção dos antigos filmes do gênero, mas a renova em nome da criatividade

MAMA (2013), de Andrés "Andy" Muschietti: melhor filme de terror da década

MAMA (2013), de Andrés “Andy” Muschietti: melhor filme de terror da década

Há três detalhes fundamentais que premiam Mama como o melhor filme de terror lançado na presente década. O notável curta Mamá, feito em 2008 pelo espanhol Andrés Muschietti, o qual em três minutos e 14 segundos de duração desenvolve em dois andares de uma casa em um único plano-sequência a presença de um espírito malévolo atormentando duas crianças; e a presença fundamental de Jessica Chastain, a atriz prolífica de Hollywood na atualidade.

Foi a visão deste curta que fez o mexicano Guillermo Del Toro convidar o cineasta espanhol, que tinha o desejo de transpô-lo para um longa-metragem, para concretizar o seu sonho. Foram dois anos de desenvolvimento do roteiro, o qual conta a origem da relação das duas meninas com o espírito de uma mãe que as perturba. Criador de mundos fantásticos e místicos, Del Toro concedeu as condições ideais para que Muschietti criasse um dos filmes mais perturbadores dos últimos anos.

Confira o curta-metragem Mamá.

Clique aqui para assistir o vídeo inserido.

Em Mama, Del Toro e Muschietti não abandonam o velho cinema de terror, o que dá ao filme um tom DE uso de clichês em algumas cenas, mas o renovam com a criatividade dos movimentos de câmera, dos planos-sequências, na criação de um clima psicológico e especialmente na elaboração de uma perene atmosfera de suspense. Há a sugestão e há o explícito.

A história pode não ser engenhosa, mas a ideia de um espírito que ficou na Terra por ter perdido a filha em ato desesperado de sobrevivência faz sentido quando a adoção ganha forma sobrenatural, tendo uma lúgubre floresta como ambiente de moradia e perda da noção do tempo pelo espírito revoltado. Duas crianças perdidas no ambiente hostil da natureza completam a ideia de Muschietti de como Mama se apodera delas.

Nikolaj Coster-Waldau, Jessica Chastain, Megan Carpentier e Isabelle Nélisse em MAMA

Nikolaj Coster-Waldau, Jessica Chastain, Megan Carpentier e Isabelle Nélisse em MAMA

Crianças, mães, tios, relações familiares. Como não poderia deixar de ser, a temática de Mama é o amor. O amor de mãe como elemento central. É curioso observar dois detalhes no enredo do filme.

Primeiro, a história de Mama, que ao encontrar as crianças adota-as e passa a nutrir um ciúme assassino, aquele que é capaz de matar por excesso e desequilibrado sentido amor. O fato de Lucas, o tio (Nikolaj Coster-Waldau) a terem encontrado não quer dizer nada para Mama – desde que não haja nenhuma demonstração de afeto, carinho ou amor para com elas. Lucas é o primeiro a sofrer um ataque vivo de Mama quando ela percebe a criação desse laço de afetividade. Com Annabel (Jessica Chastain) a agressão demora em função da relutância dela em aceitar as crianças.

Segundo, a relação de Annabel com as duas crianças. Uma delas rejeitará a sua tentativa de amá-las e, por afeição a Mama, nunca a rejeitará. É um dos detalhes dramáticos do enredo, a escolha de um espírito ciumento como mãe e a rejeição de um amor humano vivo e presente.

Daniel Kash e Megan Charpentier: o psicólogo usa a hipnose para investigar o sobrenatural

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Por fim, o fato tornar explícito um fantasma ou um espírito preso a Terra por não encontrado o corpo da filha, Mama torna-se um espetáculo assustador. Ganha, sim, expressão de realidade, com o além se inserindo na vida humana. Fatos como esses fervilham nos programas sobre espíritos desencarnados pelos canais das TVs por assinatura, evidenciando a vida após a morte. E esse é o tom de Mama.

Contando com uma boa história, Mama é um terror, além de assustador, inteligente. O melhor da safra dos últimos três anos.

Ficha técnica

Mama (Mama, EUA, 2013), de Andrés (Andy) Muschietti. Com Jessica Chastain, Nikolaj Coster-Waldau, Megan Carpentier e Isabelle Nélisse. Paramount. 100 minutos. 14 anos.

Clique aqui para assistir o vídeo inserido.

 

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